terça-feira, 30 de novembro de 2010


Nunca tive como alternativa as brincadeiras de crianças. Logo cedo fui obrigada a conhecer a essência da vida e seu sabor amargo. Às vezes vinha à minha direção uma luz, que invadia meus olhos e projetava a meu ver sonhos, mas que se desfaziam e não podiam ser guardados em uma caixinha.
Sou a filha da empregada, que mau sabe ler. A menina que saiu do esgoto e tinha medo que as tempestades me afogassem. A donzela que em meio a armas de destruição e drogas suicidas escolheu viajar tendo como transporte e companhia livros.
Quero junto a mim uma prostituta, um advogado com sua mulher que acabou de sair do manicômio, uma universitária e um homossexual. É sou a garotinha de baixo QI. Sabe o que eu quero e o que procuro? Quero apenas viver – com independência e qualidade de vida - e procuro quem tenha experiência suficiente para me ensinar a pescar.
Se quiserem conhecer a minha casa, me procurem na rua, pois não tenho um lar, não tenho um endereço e não recebo correspondências. Apenas vivo em um mundo doente.

Juliane S. Rocha

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